13 de fevereiro de 2007

Desespero de Fome

Estávamos ontem voltando da faculdade eu e minha irmazinha faminta. Isso eram umas onze da noite já. E ela que não tinha jantado em casa antes de ir pra faculdade, estava morrendo de fome e só falava nas possibilidades de comida que ela poderia encontrar em casa. Eu até disse pra ela não se animar muito, que podia sobrar só umas bolachinhas com leite. Ou nem isso... O assunto de bolachas passou junto com o cheiro que ficou quando passamos na frente da fábrica de bolachas. E ela continuou falando em comida. Acho que conforme ela falava a fome ia apertando. Foi quando passamos na frente do Sucão, que é um posto com loja de convêniencia e lanchonete, tipo Frango Assado, ou Lago Azul da vida. O Sucão tem outdoors enormes com fotos de lanches e sucos. Nesse momento ela bota a cabeça encostada no vidro entre-aberto do lado do passageiro e berra:

- Aaaaaaaaaahhhhhh, tira essa foto daíííííííííí eu to morrendo de fomeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!!!!

Huahuahuhuahuauhahua figurinha.

11 de fevereiro de 2007

Sereno Mortal

Morri outra vez,quando a frente fria me abateu.
Acordei na manhã, após a morte trágica.
Tinha cheiro de grama molhada de chuva ou de orvalho.
Não sei.
Meu corpo estava leve e eu flutuei até o telhado, onde observei o Sol nascendo por de trás da cidade.
E se o Sol nasce dia após dia, por que morrer agora?
Porque me faz morrer assim?
Algumas mentiras minhas me abateram na frente fria da noite.
Meus pés desfaleceram e eu voei até perder minha alma no vazio.
Então uma lágrima caiu, propagando no vácuo o meu sofrer.
Não importa.
Verei o poente tomando sereno mortal do fim da noite.
Acordarei a cada manhã esperando pelo fim.


"Tudo que eu faço simplesmente se desmancha"