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13 de setembro de 2015

Chatsworth House

Já faz um tempo que quero escrever sobre este lugar... 

Para quem já leu alguns de meus posts sabe que sou fã de Jane Austen e isso me levou a ler várias coisas sobre o assunto e estudar parte da história da Inglaterra Vitoriana (pra saber que Jane Austen é do período Regencial LOL). Enfim, desde quando assisti Orgulho e Preconceito de 2005 quis conhecer vários lugares que serviram como set de filmagem.

Um dos principais locais é Chatsworth House que representou Pemberley.



Da primeira vez que fui ao Reino Unido, visitei também a Escócia e pelo orçamento não consegui ir a Derbyshire. Mas tive a felicidade de ir novamente, o que possibilitou um dia de viagem até este local tão lindo. Isso mesmo, UM DIA só, dá para fazer a visita completa saindo de  Londres.

Quer dizer é claro que quis passar mais tempo lá hahaha

Com a decisão de ir até lá, a passagem de trem deve ser comprada, então, fomos até a estação St Pancras em Londres e compramos passagem para Chesterfield que são vendidas pela East Midlands Trains. A casa e o jardim abrem às 11 da manhã e o trem demora umas 2 horas para chegar, some ai mais uns 40 minutos de taxi até lá. Não se preocupe de chegar cedo, assim dá tempo de recuperar o fôlego que você perde ao chegar lá. Compramos a passagem de ida as 7 da manhã e voltamos no trem que saia as 19h30 de lá. O interior é mais frio que Londres, vá agasalhado e leve a boa amiga capa de chuva. Também fique de olho no calendário do site, a casa fecha em alguns intervalos durante o ano e quando é utilizada como set de filmagem.

Fiz uma consulta no site da East Midlands Trains e as passagens de ida e volta custam por volta de 40 libras e o taxista cobrou 25 libras a corrida (que dividimos por 3). Pague o taxista pois o local é realmente longe. Ir de ônibus não compensa, vai demorar, os horários são espaçados entre um ônibus e outro e o ele pára 5 kilometros longe. Deixe o fôlego pra andar bastante na casa e nos jardins. Combinamos com o mesmo motorista que nos buscasse às 6 horas da tarde, horário que o jardim encerra as atividades e como bom inglês, no horário combinado ele estava lá.

Quando chegamos na casa, compramos ingresso para a casa e os jardins, dá pra comprar separado para quem quiser. O ingresso completo foi 20 libras.

Deixamos as mochilas no porta volumes, elas não podem entrar na casa para não esbarrarmos nas coisas. A casa do Duque de Derbyshire é cheia de arte e objetos de decoração, vale o cuidado. Já na entrada o pescoço quebra e nos encontramos olhando para o teto igual a Keira Knightley. É aquele teto maravilhoso cheio de afrescos e eles se repetem nos demais cômodos da casa.

Visão do Mezanino do salão de entrada

Essa é pra provar que eu estive lá, pois não ia acreditar depois rs

O caminho é demarcado, tem um ponto que dá pra se sentir perdido mesmo, mas a localização é dada pelas janelas, você olha e já vê o lado onde está. Fica louco para conhecer os jardins ao mesmo tempo que fica doido para que a casa não acabe nunca. A casa é cheia de história, é encantadora. Serviu de abrigo a um colégio de garotas de Gales durante a guerra, foi alvo de bombardeio e quase foi perdida quando passou de um herdeiro a outro.

Dormitório das meninas

Os cômodos são lindos, o escritório masculino todo forrado de madeira decorada, tapeçarias, louças, o quarto das moças que ficou para contar a história, a capela, os quartos ligados uns aos outros, as porcelanas, as pinturas, a biblioteca.

A biblioteca


Uma mistura de música de piano no ar, até que você encontra um senhorzinho ao piano tocando para um casal de velhinhos sentados descansando do passeio. Metros e metros de lindos papéis de parede. Uma longa mesa da sala de jantar, as enormes janelas, o barulho das crianças rindo no jardim lá fora. A belíssima escultura da moça com véu que mostra no filme. Tudo maravilhoso, uma viagem a imaginação, ao resgate das pessoas que moraram ali e seus quadros.



Um dos quadros que mais me chamou atenção foi o da Duquesa Georgiana. Aquela mesma do filme a Duquesa. Ela parecia um anjo neste quadro.



E por fim, saímos no anexo, a galeria enorme de esculturas e seus enormes leões que guardam a saída da casa e termina na lojinha, obviamente. A lojinha tem uma variedade de coisas produzidas na própria propriedade que é uma fazenda. Sabonetes de leite de cabra, tecidos. cremes e livros. Há também a estátua do Mr. Darcy do filme com um bilhete escrito "Please, do not kiss".



Na saída da lojinha tem uma pequena lanchonete, e espaço para lanche. É normal na Inglaterra você levar seu próprio lanche aos lugares e comer lá sentadinho em algum canto, não se preocupe, se você tiver num jardim, ou num banco de parque pode comer tranquilamente. Recolha o seu lixo, por favor. Estava frio e estava garoando no dia que fomos (Bem-vindos a Inglaterra), o Sol apareceu em alguns momentos, mas decidimos nos abrigar no restaurante e comer uma comida quentinha. A minha irmã tomou sopa de tomate, mas eu optei pelo salmão e legumes cozidos, E estava uma delícia!

Encontramos um rapaz da cozinha que nos ouviu falando português e veio nos cumprimentar, ele não era brasileiro, mas adorava música brasileira. Todas as pessoas que encontramos trabalhando lá eram muito amistosas e felizes. Nos sentíamos em casa. Descobrimos que as pessoas depois de se aposentarem passam a trabalhar em Chatsworth como voluntários.

Até terminarmos o almoço a garoa deu trégua e fomos passear pelo jardins e por suas fontes. O lugar estava repleto de famílias e crianças. Era primavera, final de maio, todos estavam felizes pelo sol.



O que nos impressionou no tratamento das crianças é como os pais dão liberdade e os ensinam sobre as coisas. Vimos um menino peralta subir numa pedra bem alta e o pai não o reprendeu, esperou ele perceber sozinho que era alto demais para pular. Eles tratam as crianças como seres inteligentes e eu acho que isso falta um pouco em nosso país.

As fontes são maravilhosas, a chuva nos pegou no meio do jardim mas não desanimamos e nem ninguém que estava por lá. Nos perdemos no labirinto, no meio das crianças e no meio das flores. E tudo termina na fonte do Imperador, um jato de água muito alto  bem em frente a casa e seus belos cisnes.

Aninha se abrigando da chuva

Foi um dia maravilhoso, que deixou uma boa lembrança.

Espero ter ajudado alguém a chegar lá também e espero que quem quer ir vá. Economize, trabalhe duro e tudo vai dar certo.

Um beijo 

2 de março de 2011

O Castelinho e o Apfelstrudel

Acontece que hoje esfriou e choveu, e eu adoro esse clima. O meu cérebro imediatamente linkou tudo com a viagem a Gramado/Canela e eu me lembrei do Apfelstrudel que comi por lá, num roteiro bem interessante. Mas quando postei isso no meu twitter notei que algumas pessoas não sabiam do que se tratava. Strudel é assim: sabe a tortinha de maçã do McDonald's ... então, ela tenta imitar a receita. Mas não chega aos pés do Apfelstrudel preparado por uma vovó alemã num fogão a lenha e é até uma heresia minha compará-lo ao da fast food.

Vocês não tem noção de como derrete na boca. #vaigordinha

Obs: Foto mais parecida que o Google me retornou na pesquisa. Mas não é o de lá!

O lugar onde eu visitei em Canela é tão peculiar quanto o doce. Trata-se do Castelinho do Caracol ( http://www.castelinhocaracol.com.br ), uma casa construída em madeira de araucária (por lá tem muito) encaixada, isso mesmo, não tem nenhum preguinho. Além disso, no site tem umas outras informações muito legais sobre sua construção. A casa da família Franzen guarda as mobílias antigas e hoje é um museu aberto a visitação.

Dois andares e nenhum prego, você é doido de entrar aí.

Chegamos lá antes das nove horas, e por isso ainda estava fechado. Eu e a Dani (minha irmã, companheira de aventuras) fomos andar pelos arredores da casa. Encontramos máquinas antigas de moer, carroças com feno, e uma lojinha. Mas olhando mais adiante, achamos o canil, uma plantação linda de hortaliças e, como não podia faltar, videiras com frutas. Nós tivemos sorte de ir na época da colheita das uvas. Claro, que tudo aquilo, não era para os turistas (só para os xeretas), então voltamos para poder visitar a casa.

Assim que você entra na casa, o cheiro de Apfelstrudel te invade. Não é aquele cheiro incômodo, como quando você entra numa loja de artefatos hindus e é quase expulso por algum incenso doce. (detalhe: há incensos ótimos) Eu comparei o cheiro mais ao "parece que a minha avó tá cozinhando algo gostoso na cozinha".


Aí, você olha para um lado e vê uma mesa de jantar linda, com um jogo de chá trabalhado e cada coisa na sala de jantar no lugar. Os cômodos lá são fechados e ninguém entra. Nós ficamos só observando da porta. Mas a casa toda é uma coisa tão incrível que você não precisa tocar. Bastam alguns minutos lá dentro e a história da família Franzen passa a ser parte da sua história também.


Vocês repararam nas velas para iluminar a partitura?
No segundo andar da casa, onde tem o ateliê de costura e o quarto, as coisas das crianças você até consegue sentir a presença das pessoas ali, de como elas passaram o dia a dia. Dá até um friozinho na barriga como se você pudesse ver fantasmas. Mas não causa medo, pois a gente se sente benvindo e acolhido ali.


Além disso, a Dani brincou comigo que nós até parecíamos com as pessoas das fotos. Isso foi engraçado pois ela tinha mesmo razão. No fim do passeio, quando sentamos no ônibus para ir para o próximo lugar de visitação, eu fiquei me perguntando sobre quem poderia imaginar que uma vida simples, com sua família poderia virar um museu.